quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Jogador No. 1 (Ready Player One) - Ernest Cline
Para começar o blog, escolhi esse livro que para mim foi a surpresa mais positiva de 2012 até agora. Adoro passear por livrarias procurando por livros que possam ser legais (o que, com trailers, spoilers e propagandas, hoje se tornou quase impossível com filmes), e em um desses passeios, topei com esse livro, e a sinopse da orelha me interessou bastante. Acabei comprando, e uma vez que comecei a ler, foi daqueles que só consegui largar no final.
A história do livro se passa em 2044, ano em que a nossa civilização já não existe mais. A maioria das pessoas vive em trailers empilhados em grandes estacionamentos, e grande parte sobrevive de saques ou bicos, uma vez que empregos formais quase inexistem. No entanto, uma grande companhia sobreviveu, tendo criado um mega-sistema chamado OASIS, em que as pessoas se logam e vivem vidas paralelas - um Second Life turbinado. Esse sistema é a válvula de escape para quase todos, onde mundos virtuais foram criados para que cada um viva a vida que quiser. O recluso dono da empresa morre, e em seu testamento, diz que escondeu pistas no sistema que, se decifradas, darão ao vencedor o prêmio máximo: a própria empresa. Procurar essas pistas passa a ser a ocupação integral de muitos e, anos depois, quando a primeira pista é descoberta, tudo pode acontecer na luta pelo prêmio. O livro já foi descrito com bastante propriedade como uma mistura de Matrix com A Fantástica Fábrica de Chocolate.
O autor do livro é simplesmente fanático pelos anos 80, especialmente com relação à cultura pop da época, e o personagem Halliday, o dono de todo o império do OASIS, também foi criado com essa obsessão pela década. Assim, as provas e as pistas ao longo do livro são todas referências a essa época. Uma das provas, por exemplo, consiste em recriar, cena a cena, todo o filme Jogos de Guerra. Referências a outros filmes, como De Volta para o Futuro e Clube dos Cinco, e a inúmeros videogames da época (dos mais famosos, como Pac-Man, aos mais obscuros) estão presentes em abundância.
Isso torna o livro muito legal para quem gosta da cultura dos anos 80, como eu. É difícil não tentar solucionar os enigmas junto ao personagem principal, ou relembrar os detalhes (às vezes detalhados demais) dos filmes e jogos citados no livro. Mas mesmo que você não tenha vivido a época, ou não se interesse por ela, a história do livro é muito bem contada, deixando o leitor ansioso pelo que vai acontecer.
Já foi anunciado pela Warner que a história deverá ser filmada em breve. Não é surpresa, dados o sucesso do livro, e o fato de que seu escritor é roteirista de cinema. No entanto, sugiro fortemente que leiam o livro antes disso, já que dificilmente todas as referências e as pequenas sacadas estarão nele (além do fato de que muitas delas são, por exemplo, de filmes de outros estúdios e há a questão de licenças). Como sugestão inaugural desse blog, portanto, sugiro muito que leiam. Garanto que vão adorar.
Avaliação: ***** (5/5)
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