terça-feira, 28 de agosto de 2012

Alta Fidelidade (High Fidelity) - Nick Hornby


Li esse livro por volta de 2000 ou 2001, por sugestão do grande amigo e na época colega de trabalho Luis Antonio Dib. Talvez eu nunca tivesse dado atenção se não fosse por essa dica, pela qual agradeço muito. Na época, Nick Hornby era pouco mais do que um inglês desconhecido, e seus livros, como Febre de Bola e Um Grande Garoto, ainda eram bem obscuros.

O livro conta a história de Rob Fleming, um "trintão" recém-abandonado pela namorada, que em seu processo de pós-término, vai buscar entender com suas antigas namoradas o que está fazendo de errado em seus relacionamentos. Para isso, elege logo no início do livro quais são seus "Top 5" rompimentos mais marcantes e vai em busca das protagonistas, anos depois, para que elas digam porque o abandonaram.

O mais legal do livro é a caracterização do personagem principal. Um mal-humorado dono de uma loja de discos, cujos hobbies são tirar sarro dos clientes com gosto musical duvidoso, falar sobre cultura pop, e, especialmente, montar com seus amigos listas de "Top 5" sobre absolutamente qualquer assunto. Ou seja, um gaiato semi-nerd como a maioria de nós.


Mas o principal trunfo do livro é a personalidade de Rob. Deve ser o primeiro livro (ou um dos primeiros) onde é retratada uma geração de homens cujas preocupações deixam de ser as do "macho provedor" e passam a ser a insegurança em relação à vida, às mulheres e ao futuro. O homem com o qual nos identificamos, e por isso o livro faz tanto sentido. Nick Hornby faz um trabalho primoroso de humor, tirando situações ótimas justamente dessa inadequação que o protagonista sente frente ao mundo. Suas teorias sobre como montar uma "mixtape" são fantásticas.

Não acho que eu tenha conseguido retratar aqui o quanto esse livro é legal. Leia-o. Não é longo. É muito melhor que o filme (do qual não gostei, por sinal). Se você é homem, vai se identificar. Se é mulher, vai entender melhor os homens que passaram e passam por sua vida. E, no processo, se divertirão bastante. Ou seja, recomendo muito.

Avaliação: ***** (5/5)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Jogador No. 1 (Ready Player One) - Ernest Cline


Para começar o blog, escolhi esse livro que para mim foi a surpresa mais positiva de 2012 até agora. Adoro passear por livrarias procurando por livros que possam ser legais (o que, com trailers, spoilers e propagandas, hoje se tornou quase impossível com filmes), e em um desses passeios, topei com esse livro, e a sinopse da orelha me interessou bastante. Acabei comprando, e uma vez que comecei a ler, foi daqueles que só consegui largar no final.

A história do livro se passa em 2044, ano em que a nossa civilização já não existe mais. A maioria das pessoas vive em trailers empilhados em grandes estacionamentos, e grande parte sobrevive de saques ou bicos, uma vez que empregos formais quase inexistem. No entanto, uma grande companhia sobreviveu, tendo criado um mega-sistema chamado OASIS, em que as pessoas se logam e vivem vidas paralelas - um Second Life turbinado. Esse sistema é a válvula de escape para quase todos, onde mundos virtuais foram criados para que cada um viva a vida que quiser. O recluso dono da empresa morre, e em seu testamento, diz que escondeu pistas no sistema que, se decifradas, darão ao vencedor o prêmio máximo: a própria empresa. Procurar essas pistas passa a ser a ocupação integral de muitos e, anos depois, quando a primeira pista é descoberta, tudo pode acontecer na luta pelo prêmio. O livro já foi descrito com bastante propriedade como uma mistura de Matrix com A Fantástica Fábrica de Chocolate.

O autor do livro é simplesmente fanático pelos anos 80, especialmente com relação à cultura pop da época, e o personagem Halliday, o dono de todo o império do OASIS, também foi criado com essa obsessão pela década. Assim, as provas e as pistas ao longo do livro são todas referências a essa época. Uma das provas, por exemplo, consiste em recriar, cena a cena, todo o filme Jogos de Guerra. Referências a outros filmes, como De Volta para o Futuro Clube dos Cinco, e a inúmeros videogames da época (dos mais famosos, como Pac-Man, aos mais obscuros) estão presentes em abundância.



Isso torna o livro muito legal para quem gosta da cultura dos anos 80, como eu. É difícil não tentar solucionar os enigmas junto ao personagem principal, ou relembrar os detalhes (às vezes detalhados demais) dos filmes e jogos citados no livro. Mas mesmo que você não tenha vivido a época, ou não se interesse por ela, a história do livro é muito bem contada, deixando o leitor ansioso pelo que vai acontecer.

Já foi anunciado pela Warner que a história deverá ser filmada em breve. Não é surpresa, dados o sucesso do livro, e o fato de que seu escritor é roteirista de cinema. No entanto, sugiro fortemente que leiam o livro antes disso, já que dificilmente todas as referências e as pequenas sacadas estarão nele (além do fato de que muitas delas são, por exemplo, de filmes de outros estúdios e há a questão de licenças). Como sugestão inaugural desse blog, portanto, sugiro muito que leiam. Garanto que vão adorar.

Avaliação: ***** (5/5)


Mais um blog!


É, depois de alguns meses com o Filmes Que Já Assisti, e tendo visto que, de um jeito ou de outro, consigo manter um blog minimamente funcionando, mesmo que com intervalo variável de publicação, resolvi então criar outro, por que não? Claro que ter dois blogs aumenta a chance de eu não conseguir manter o ritmo em nenhum deles, mas resolvi arriscar.

A ideia é basicamente a mesma do outro, mas voltada para livros. Com a diferença que provavelmente eu tenha visto mais filmes que lido livros (triste, mas verdade). Além disso, não tenho uma lista com todos os livros que li, com notas, etc. como tenho para os filmes, assim não sei ainda qual será o formato das avaliações, por exemplo. Provavelmente também a atualização aqui será menos frequente. No entanto, acho legal também comentar sobre livros, afinal é algo que eu adoro, e como o universo é bem maior, maior também é a chance de alguém se interessar e resolver ler algo de que falei aqui.

Notem também que o nome do blog é "Livros que Já Terminei" e não "Livros que Já Li". Se você acha que os dois são a mesma coisa, é porque não viu o tamanho da minha pilha de livros iniciados e não finalizados...

Boas leituras!